17 April 2005

Continuação do Caso Playboy

Incentivada pelo comentário da graaaaaaaaaaaaaaaaaaaande
  • Karinassa
  • , resolvi continuar a falar dessa revista que, na minha modesta opinião, não deveria sofrer tantos preconceitos. Pior, preconceitos por parte do mulherio. Sério. Mulher tem um caso sério com essa revista, e não devia ser assim.
    Ao contrário das "Novas" da vida (que eu tb compro e leio), a Playboy não fica tentando decifrar a chamada "alma feminina". Suas reportagens não se pautam simplesmente em consultar psicólogos e pretensos entendedores do comportamento do sexo oposto para que os homens sejam felizes para o todo sempre. Falam de como ELES podem viver melhor; de como nós, mulheres, os vemos e não ficam julgando ninguém por isso; falam de coisas que interessam todo homem: carro, cerveja, sexo... Pô, já imaginou uma revista feminina assim??? Ao invés de 2 ou 3 reportagens de como-agir-quando-seu-namoro-está-a-perigo, uma falando de coisas que as mulheres REALMENTE gostam? Falando de como escolher a roupa perfeita que vai fazer vc se sentir poderosa, de comidas, decoração, sapato, perfume... Mas tudo acessível a qualquer mortal? Melhor: sem reforçar (implicitamente, eu vejo nas revistas femininas à venda) que a mulher precisa, sim, de um belo par de braços fortes a abraçá-la? Seria o céu!
    Certa vez, justamente numa dessas Novas, eu li o depoimento de um "jovem mancebo" que falava justamente sobre essa necessidade das mulheres de ir em grupo para um lugar, qualquer lugar. Até em banheiro de restaurante. Então. Ele contava o quanto achava o máximo ver uma mulher chegando feliz, sozinha, só ela, em um lugar, FELIZ POR ESTAR NA PRÓPRIA COMPANHIA. E como era estranho para ele ter amigas que deixavam de sair e se divertir por não terem com quem ir... Confesso que, quando li isso pela primeira vez, me pareceu libertador por um lado, e assustador por outro. Explico.
    Libertador, sim. FINALMENTE, pensei comigo mesma (ingenuidade), não vou ser julgada como uma mulher fácil pelo simples fato de chegar sozinha a um barzinho, restaurante, cinema, seja lá o que for. Não é bem assim. É libertador chegar sozinha, feliz da vida, sabendo que vai se divertir, que não depende de ninguém pra ir embora ou pra qualquer outra coisa. Sério. O negócio é saber subir no salto e não cair de lá de forma alguma, pq tem muita gente que vai te olhar de cima a baixo justamente por essa coragem do mulherio.
    Assustador, sim. O primeiro pensamento que vem na cabeça é: COMO VOU FAZER PARA SAIR SOZINHA, SEM ESTAR ESCOLTADA? Fica tão estranho estar sem nenhuma amiga... Será q vão ficar me olhando? Será q não vou ser tachada de fácil? Será q vou gostar? E como é que eu vou me comportar?
    Engraçado q eu não me lembro de ter visto nenhuma reportagem nesse sentido nas Novas. a maioria das reportagens é que se vc assumir essa postura (o que não é a mesma coisa que TER essa postura), vai chover homem na sua horta. Não é pra vc ficar bem consigo mesma, mas pra ter um homem pra chamar de seu - e aí, sim, vc vai ser feliz.
    Engraçado como em relação aos nossos bravos garotos isso não acontece - bom, pelo menos, não na frequência que acontece com a gente. Vejo pelos meus irmãos. Eles saem, na buena, e se não for bom, dane-se! E a Playboy reforça esse lance de "você é o melhor, você é o bom". O segredo está aí: MULHERES, VCS SÃO AS MELHORES, VCS SÃO AS BOAS!!!
    Então, mulheres, por favor: comecem a ler Playboy. Tenho certeza de que vcs vão aprender muito não só sobre os homens - mas, muito, muito, muito mais sb vcs mesmas.

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